sábado, 17 de novembro de 2012

19 - IPOJUCA


BANDEIRA
Nome da usina Ipojuca na época de sua fundação. Concessão 1887.

GUERRA
Contrato de 23 de fevereiro de 1889. Concessionários: Olímpio de Sá e Albquerque e Cândido Dias. O contrato foi considerado caduco em 1905 por inadimplência dos concessionários.

IPOJUCA
Antes denominada de usina Bandeira, foi fundada em 1889, no município de Ipojuca através de um decreto que concedia à Bandeira & Siqueira, permissão para implantar a usina.
Posteriormente, os irmãos José, João e Francisco Dourado da Costa Azevedo compraram a usina, que estava em crise, e passaram a denominá-la Ipojuca. Em 1914, José Maria Carneiro da Cunha passou a ser sócio da empresa. O empreendimento não teve sucesso, sendo então a usina vendida ao agrônomo Severino Barbosa Mariz, que por não possuir capital suficiente para tocar a empresa, vendeu novamente a José Dourado da Costa Azevedo. Em 1929, a usina Ipojuca tinha capacidade para processar 350 toneladas de cana e fabricar 2.000 litros de álcool em 22 horas. Possuía 14 propriedades agrícolas, 30 quilômetros de ferrovia, 3 locomotivas, 58 carros e vagões, uma vila operária com cem casas e mantinha uma escola com 25 alunos matriculados. Na época da moagem trabalhavam na fábrica cerca de 50 operários. O transporte da cana e da lenha era feito pela via férrea própria e o açúcar e o álcool por via marítima.
A usina passou depois a ser propriedade do grupo Dourado, Monteiro Ltda. (Antônio Dourado Neto e Armando de Queiroz Monteiro). Em 1944, Armando Monteiro saiu da sociedade e comprou a usina Cucaú.
Em 1963, com a morte de Antônio Dourado Neto, seus filhos Antônio José Dubeux Dourado, Francisco Luiz Dubeux Dourado e Luiz Antônio Dubeux Dourado assumiram a direção da usina.

MARIA DAS MERCÊS
Esta usina foi fundada em 1891 e é propriedade dos Srs. André Cavalcanti & filhos. Fica situada a cerca de 40 metros apenas da Estação de Ipojuca, da Estrada de Ferro Great Western, estando esta estação a 36 quilômetros da cidade do Recife. A propriedade compreende 14 engenhos, com uma capacidade total de 25.000 toneladas de cana-de-açúcar por ano. A usina é provida de maquinismos modernos dos fabricantes Mariolle, de St. Quentin, e possui três caldeiras com um total de 320 hp.
A capacidade da usina é de 180 toneladas de cana-de-açúcar, diariamente, por 22 horas de trabalho, sendo a porcentagem de açúcar de 74 a 75 quilos por tonelada de cana; produz também 1.500 litros de álcool diariamente. O pessoal empregado na usina eleva-se a 120 pessoas.
A usina dispõe de 18 quilômetros de linhas férreas, com 75 centímetros de bitola, linhas essas que estão sendo aumentadas. O material rodante para estas linhas é constituído por 70 carros de 4 toneladas cada um, 10 carros de 8 toneladas cada um e 2 locomotivas.

NOVA CONCEIÇÃO
Fundada em 1885.

PENDERAMA
Fundada em 1895, pelo senhor Osmund Cox. Teve sua localização no município de Ipojuca. Sua Capacidade de esmagamento era de 10 mil toneladas de cana por ano. Não sabemos quando encerrou suas atividades nem a qual passou a pertencer.

SALGADO
Foi fundada em 1892 e fica situada no município de Ipojuca, na margem direita e um pouco antes da foz do rio Salgado. Era anteriormente um engenho de açúcar, fundado por Cosme Dias, antes da invasão holandesa, no ano de 1625.
Teve como proprietários as firmas Costa & Barros (concessão); Bento & Brito; Xavier & Bandeira (1929). Depois passou a pertencer a Joaquim Bandeira de Melo (1930); Aníbal Cardoso dos Santos, Miguel Santos e José Borba; Rui Cardoso Gonçalves dos Santos; Fernando Peres (1971-1972) e Joel de Albuquerque Queiroz (1975).
Em 1929, possuía dezoito propriedades agrícolas, 45 quilômetros de ferrovia, cinco locomotivas e oito carros. Tinha capacidade para processar 500 toneladas de cana e fabricar 6.000 litros de álcool em 22 horas. O transporte da cana e do combustível era feito pela via férrea própria e o do açúcar e do álcool, por barcaças de sua propriedade.
No período de moagem trabalhavam na fábrica cerca de 90 operários, incluindo quatro menores. Não eram aceitos estrangeiros ou mulheres. Possuía também uma vila operária com 80 casas, mantinha uma escola com freqüência média anual de 50 alunos e uma assistência hospitalar para seus empregados.
Na década de 1960, no auge das ligas camponesas comandadas por Francisco Julião, a Usina Salgado enfrentou uma grande crise. Foi administrada pelo Padre Antônio Melo, que não resolveu os problemas administrativos nem os sociais da empresa, voltando então a usina para as mãos de usineiros.
Atualmente, a Usina Salgado possui uma área de 15.500 hectares, com dezenove engenhos e cerca de 4.000 hectares de terra mecanizável. Sua produção na safra de 1994-1995 atingiu 1.120.000 de sacos de açúcar
Estrada de Ferro da Usina Salgado
É sempre interessante ressaltar que as ferrovias de usinas e engenhos centrais tiveram, pelo menos para Pernambuco, uma importância enorme desde o final do século XX até pelo menos meados do século XX. Para que se tenha uma idéia, segundo a Revista do Instituto Archeologico, Historico e Geographico Pernambucano, vol. XXIV, jan-dez 1922, no ano de 1922 as linhas da Great Western, que levavam para o interior do estado, para Maceió e para João Pessoa e Natal, totalizavam 890 km em território pernambucano, enquanto as ferrovias particulares das usinas atingiam 1.163 km, ou seja, 30% a mais. Era uma época em que Pernambuco era o maior produtor e exportado de açúcar do Brasil, possuindo mais de 2500 engenhos, sendo que 490 forneciam cana às usinas dos Engenhos Centrais.


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